terça-feira, 10 de julho de 2012

VOTO CONSCIENTE NÃO É VOTO PERDIDO

           VOTO CONSCIENTE NÃO É VOTO PERDIDO          


          Caro leitor e eleitor, em 2024 você estará elegendo o próximo prefeito municipal. Vários nomes já estão sendo especulados. Você já pensou nas consequências que seu voto poderá representar para os demais habitantes do seu município? Pois é, se ele for para aquele candidato que tem compromisso com a população, tudo bem. Caso contrário, virá o arrependimento e uma espera de mais quatro anos para tentar corrigir a grande “besteira” que você fez.
          Pois bem, você se diz esperto, inteligente, mas acaba entrando na onda de amigos e julgando os políticos como se todos fossem iguais, pense e reflita sobre o seguinte pensamento de Bertold Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas”.
          Nas próximas eleições em que haverá vários candidatos disputando o cargo de prefeito, gostaria que você fizesse uma reflexão, perguntando a si mesmo: qual dos pré-candidatos tem compromisso com o povo, e qual tem compromisso apenas consigo mesmo. Posso te dar uma ajuda....
          Quando iniciar oficialmente a campanha eleitoral, comece analisando primeiramente os seus planos de governo. Qual deles apresentará propostas realizáveis para o progresso e melhoria das condições de vida da população? Analise com bastante clareza aquele que realmente representará uma mudança e aquele que representará apenas uma continuidade. Se você acha que em seu município está tudo perfeito, não falta emprego, a educação é de qualidade, a saúde não precisa ser melhorada, as estradas estão bem conservadas, o futuro de seus filhos não será afetado, o município está crescendo e se desenvolvendo mais do que outros da sua região, então vote pela continuidade ou pela volta daqueles que já foram prefeitos. Caso contrário, vote pela mudança. Mas e daí, como saber quem realmente representará a mudança?
          Comece pesquisando quais são os possíveis patrocinadores da campanha de cada candidato? Quais são seus bens atuais e o que ele já possuía antes de ingressar na carreira política. Não basta parecer bonzinho e diferente, é preciso ter vontade política para fazer a transformação de ideias em realizações concretas para a população.
          Para finalizar, peço que você procure saber qual deles terá apoio de deputados influentes para garantir recursos para o município? Qual deles montará seu plano de governo discutindo propostas com os vários setores da sociedade? Pergunte também qual será o projeto mais viável para a valorização do funcionário público, para a melhoria do transporte, da segurança, da saúde, da educação, para a geração de empregos, para a habitação, para a recuperação das estradas, para o esporte, o lazer, a cultura, o turismo, o meio ambiente, para as mulheres e para os nossos jovens.
          Muito bem! Se, depois de tudo isso o candidato que você escolher também não possuir ficha suja e nem usar boatos e mentiras para difamar seus concorrentes, então posso lhe garantir que seu voto será consciente, pois você não é um analfabeto político.
                                                                                                                        Professor João Pereira Leite
A Gramática, a Literatura e o Texto
João Pereira Leite
          Esta reflexão é importantíssima, pois nos ajuda a melhorar a prática de sala de aula. Hoje se fala muito em leitura e produção de textos. Todo professor de Língua Portuguesa defende esta tese, mas na prática, a maioria não realiza.
          Esse tripé, gramática, literatura e texto, são importantes e devem ser transmitidos aos alunos. O que não se deve fazer é aplicar a gramática simplesmente descontextualizada do texto. E quando falo em texto, pode ser uma simples frase desde que contextualizada e que esteja transmitindo uma informação do conhecimento de todos, diferentemente do que ocorria há vinte ou trinta anos atrás. Muitos da minha geração aprenderam a gramática pura, como se todos fôssemos um dia ser professor de Língua Portuguesa. A gramática deve ser ensinada para o conhecimento na hora da escrita, como elementos de coesão de um texto.
          Quanto à literatura, esta deve ser ensinada com foco no período literário, composto por autores e obras, com suas respectivas características e deve haver comparação com os dias atuais, para que o aluno possa perceber as diferenças e até mesmo as semelhanças entre uma obra trovadoresca, da Idade Média, com outras contemporâneas. 
          Já o texto, deve ser um complemento da gramática e da literatura. É óbvio que compete ao professor passar o conteúdo correspondente às características de cada gênero e tipologia textual, para que de posse dessas informações o aluno desenvolva suas competências e habilidades de produção, respeitando a faixa etária e as séries correspondentes. O que não se deve é trabalhar apenas o texto narrativo, o descritivo e dissertativo, como acontece com a grande maioria dos professores. Faz-se necessário mostrar ao aluno quais são os tipos de texto que ele convive em seu meio. Por isso, o professor deve “passar a receita” de como se produz cada tipo de texto com suas principais características.
          È interessante lembrar que antes de ser trabalhada a produção dos diversos tipos de textos, deve-se ler com os alunos cada um deles. Nesse caso, o aluno vai produzir aquilo que já conhece. Algo que já foi detalhado em sala de aula pelo professor.
          Nos dias atuais em que tudo gira em torno da Internet e do Celular, cabe aos educadores e de modo especial, aos professores de Língua Portuguesa, começar a trabalhar mais a leitura dentro da sala de aula. Se o foco continuar sendo apenas a leitura extraclasse, o aluno, principalmente da rede pública que possui pouco acesso a livros, continuará sem essa ferramenta e consequentemente distante da leitura.
          Pode-se afirmar que o professor da rede pública encontra mais dificuldade para realizar esse trabalho devido ao número elevado de alunos por turma, mas isso não pode ser usado como desculpa para não realizar essa atividade com seus alunos.
          Nos cursos de licenciatura das universidades atuais, pouco ou quase nada se aprende do cotidiano de uma sala de aula. Há vários anos, muitos professores vem apenas copiando receitas prontas de outros mais experientes e aplicando em suas aulas, sem obter os resultados esperados. Para mudar essa realidade no ensino da língua, há necessidade da oferta de novos cursos de especialização aos docentes da rede pública para que estes possam sair da mesmice, se atualizar e realizar novas práticas em sala de aula de acordo com a necessidade dos alunos do século XXI.

Obs.: Artigo postado em atividade do curso de Pós-Graduação da UNICAMP/REDEFOR em 20/11/2010.