quinta-feira, 6 de abril de 2017

Base Nacional Comum antecipa Alfabetização para o 2º Ano

 

Na manhã de 06 de abril de 2017, o MEC, com atraso e sem tratar do Ensino Médio, apresentou a terceira e última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que é formada por quatro áreas do conhecimento: Matemática, Ciências da Natureza, Linguagens e Ciências Humanas. Esse documento estava previsto para junho de 2016.

Segundo informa Letícia Carvalho, G1, a BNCC é considerada fundamental para reduzir desigualdades na educação no Brasil e que diferentemente daqui, em países desenvolvidos eles já organizam o ensino por meio de bases nacionais. Nesse documento estão definidas as linhas gerais do que os alunos das 190 mil escolas do país devem aprender a cada ano.

Informa também que a base ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e depois homologada pelo ministro da Educação. Mesmo após essas etapas, ela só terá efeito na sala de aula quando estados e municípios reelaborarem os seus currículos: serão eles que detalharão como será abordada cada uma das metas ou eixos da BNCC em sala de aula. O que deverá ocorrer somente a partir de 2019.

A jornalista de O Globo lista os principais pontos da BNCC do Ensino Infantil e Fundamental.

1. O Ensino Religioso foi excluído da terceira versão; MEC alega respeitar lei que determina que tema seja optativo e que é competência dos sistemas de ensino estadual e municipal definir regulamentação.

2. O conteúdo de história passa a ser organizado segundo a cronologia dos fatos e não mais como queriam alguns especialistas na primeira versão em que excluía a história antiga europeia, como Grécia e Roma.

3. A língua inglesa será o idioma a ser ensinado obrigatoriamente; versão anterior da BNCC deixava escolha da língua a cargo das redes de ensino.

4. O conceito de gênero não é trabalhado no conteúdo; MEC diz que texto defende "respeito à pluralidade".

5. Texto aponta 10 competências que os alunos devem desenvolver ao longo desta fase da educação. Uma delas é "utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética".

            6. Toda criança deve estar plenamente alfabetizada até o fim do segundo ano; na versão anterior, o prazo era até o terceiro ano.

7. A Educação Infantil ganha parâmetros de quais são os "direitos de aprendizagem e desenvolvimento" para bebês e crianças com menos de seis anos.

8. O Conteúdo do Ensino Médio não é alvo desse documento; ele será abordado em texto específico aguardado para o segundo semestre de 2017.

Segundo Maria Helena Guimarães de Castro, secretária executiva do MEC, pela primeira vez, o Brasil terá uma base que define o conjunto de aprendizagens essenciais a que todos os estudantes têm direito na Educação Básica. Até então só existiam documentos como as Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais e normas federais que garantiam a padronização na elaboração dos currículos.

Agora, a BNCC será a referência nacional obrigatória para que todas as escolas desenvolvam seus projetos pedagógicos. Cerca de 60% do conteúdo abordado em sala de aula deverá seguir essa base curricular do MEC. O restante será determinado pelas redes educacionais e pelas próprias escolas, respeitando a realidade local.

Professor João Pereira Leite

Postado em 06/04/2017.