Dicas de Redação

A estrutura do artigo de opinião

    Para melhor entender a estrutura de um artigo de opinião que de modo geral pode ser dividido em introdução, desenvolvimento e conclusão, faz-se necessário tomar como base o esquema desenvolvido pelo filósofo britânico Toulmin (2001) para descrever os componentes de uma argumentação e explicar as relações que se estabelecem entre eles. Para fins didáticos, o esquema a seguir foi ligeiramente adaptado e está publicado no caderno do professor elaborado pela equipe de coordenação do Centro de Estudo e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – CENPC e pela Fundação Itaú Social para a Olimpíada de Língua Portuguesa de 2010, páginas 83 e 84.

Acompanhe a explicação passo a passo:

D – É o conjunto de Dados, ou seja, de fatos, indícios, informações etc., que o argumentador toma como ponto de partida para seu raciocínio.

C – É a Conclusão a que o argumentador quer chegar, ou seja, a tese que pretende defender, em relação aos dados usados como base para o artigo.

J – É o conjunto de Justificativas, ou seja, de argumentos propriamente ditos, que o argumentador reúne e analisa com o objetivo de sustentar a conclusão ou tese.

S – É o Suporte (para todos os dados ou para as justificativas), ou seja, o conjunto de informações complementares que ajudam o argumentador a reforçar ou os dados e fatos de que parte ou, justificativas (argumentos) que apresenta.

M – É o Modalizador, a palavra ou expressão por meio da qual o argumentador manifesta determinada atitude em relação à conclusão proposta e que, espera, seja aceita pelo leitor.

R – É a Refutação, ou seja, a constatação que seria possível fazer ao raciocínio do argumentador, mas ela somente é citada para mostrar como e por que ela não procede. Assim, Refutação funciona como um recado ao adversário. E essa Refutação pode ser implícita ou explícita.

    Segundo o caderno Sequência Didática: artigo de opinião, da secretaria da Educação de São Paulo, de Jaqueline P. Barbosa (2004), essa estrutura pode ocorrer de várias formas, mas em geral esse gênero apresenta elementos de contextualização para tratar de uma questão polêmica que possa gerar uma discussão. Há uma tomada de posição do autor, também conhecido como articulista, que irá utilizar argumentos para sustentar sua posição assumida, a refutação em que irá traçar considerações diante de posições contrárias ou antecipar possíveis argumentos contrários à posição assumida, haverá a retomada da posição assumida com uma proposta ou possibilidade de negociação, e por último a conclusão em que o articulista retomará a tese que se propôs a defendê-la.
    Com relação à estrutura desse gênero da esfera jornalística é importante afirmar também que o título de um artigo de opinião permite ao leitor a antecipação do assunto e a tomada de posição do autor em relação a ele.
    Portanto, essas partes nada mais são do que as tão conhecidas e difundidas introdução em que é apresentado o assunto, a questão polêmica que o autor irá defender e a contextualização do fato que o levou a essa discussão, o desenvolvimento que tem como função principal reunir argumentos adequados que sustentem sua tese apresentada na introdução para quando chegar na última parte, a conclusão, poder explicitamente apresentar sua tese, confirmando sua opinião de forma fundamentada, e porque não dizer de forma comprovada, segundo seus argumentos.

Referências Bibliográficas
TOULMIN, Stephen. 1958 (1ª ed.). Os usos do argumento. São Paulo. Martins Fontes, 2001.

SEQUENCIA DIDÁTICA: artigo de opinião, Secretaria da Educação de São Paulo, de Jaqueline P. Barbosa, 2004.































  Professor João Pereira Leite