quarta-feira, 28 de março de 2012

IBIÚNA: história, memórias e causos

IBIÚNA: História, Memórias e Causos


Como esta cidade está diferente. Já não é mais a mesma. Falar de Ibiúna para quem já viveu mais de meio século de vida acompanhando sua trajetória político-administrativa e social não é difícil, mas também não é tão fácil assim. Mas vamos lá.                  Segundo o historiador José Gomes (Linense) em seu livro “Y Una Noiva Azul – História do Município de Ibiúna”, a etimologia do nome Ibiúna é indígena. Una é um vocábulo tupi-guarani que significa “negro”, “escuro”, “preto” e Ybi significa “terra”. Assim sendo, Ibiúna na linguagem tupi-guarani significa “terra-preta”. O rio que banha a cidade, o “rio Una” é que lhe deu o nome primitivo de Una. Os mais antigos, ao pronunciarem o nome anterior do município, usam a expressão Yuna e apenas uma parte da população usava a pronúncia Una. Como existiam dois municípios com a denominação Una, sendo um no Estado de São Paulo e outro no Estado da Bahia, um teria que ter a sua denominação mudada ou alterada. Entretanto o município baiano por ser mais antigo e considerado, na época, de maior valor histórico, herdou em definitivo a denominação de Una. Mas pelo decreto-lei estadual número 14.334 de 30 de novembro de 1944, o município paulista de Una passou a denominar-se Ibiúna.
         O município foi colonizado por portugueses, espanhóis, italianos, japoneses e árabes. Surgiu a partir de uma fazenda que tinha como ponto central uma capela onde hoje se encontra a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores.
Para os mais velhos, antes é que era bom de viver neste lugar. Como era gostoso, aos domingos, após a missa ouvir a banda tocar no coreto que ficava na praça da matriz.
Aquela sim que era praça de uma cidade do interior. Os papos rolavam até altas horas e quase todos se conheciam. Às vezes uns perguntavam – “mas você é gente de quem”? Lá estavam os compadres falando de futebol, as comadres conversavam de tudo um pouco. Falavam das lavadeiras da rua da bica. As crianças podiam brincar de forma tranquila, pois não havia degraus e elas corriam de um lado para outro. Carros, quase nenhum. Às vezes um ou outro descia a Rua XV de Novembro. É isso mesmo, os carros desciam por essa rua que hoje, só sobe. Se um desses carros tivesse o pneu furado, era só procurar o “seu Zorinho”, único borracheiro de Ibiúna. Ele estava sempre pronto, não importava o horário.
         O senhor Ozório do Amaral, que Deus o tenha, foi uma das figuras mais brilhantes da nossa terra! Quem não se lembra do seu lado artístico, na figura do palhaço “Periquito” que com suas bonecas animava as quermesses e festas juninas. Com certeza, lá no céu ele continua animando seus amigos que já partiram com ele. E porque não, retomando a dupla com outra figura marcante a “Chica”, nome artístico da brilhante cantora Maria Aparecida Abibi, com quem fazia dupla no antigo cinema que ficava na esquina da praça da matriz, onde hoje funciona uma farmácia. Pois é, naquele tempo Ibiúna tinha um cinema com projeção manual (em rolo) dos filmes e hoje, em pleno século XXI, com toda tecnologia de ponta, quem quiser ver um filme, precisa ir para as cidades vizinhas.
         Por que será que os políticos gostam de mexer na praça? Quase todos querem deixar sua marca, mas ela fica cada vez pior. Com tanta coisa mais importante para fazer mexem sempre onde não devem.
Agora, convenhamos, para nós quarentões, cinquentões e outros “ões” aquela pracinha que tinha uma fonte com sapinhos lançando água pela boca é a que ficou marcada. Como era bom. Embora não houvesse mais o coreto e nem o cinema, havia o “passeio trocado” em volta do chafariz. Não sei de quem foi a ideia, mas era muito divertido. Nesse passeio, os homens caminhavam de um lado e as mulheres caminhavam do outro. Ali rolavam as paqueras, pois para completar uma volta inteira na praça as pessoas se encontravam com tantas outras. Os mais velhos ficavam sentados nos bancos, enquanto os mais jovens curtiam a noite trocando flertes. Muitos casamentos começaram nessas trocas de olhares do “passeio trocado”.
         Bem ao lado praça, ficava o Soci, o único clube da cidade. Pois é, era o único, mas pelo menos havia um clube no centro da cidade. Lá, embora fosse um lugar frequentado exclusivamente pela elite ibiunense, ficou marcado pelos grandes bailes de época e de carnaval. Nos áureos tempos em que a elite se reunia para falar de política, de futebol e das festas religiosas que acontecem até hoje. Nos dias de hoje, uma vez por ano a elite se reúne para o baile de aniversário da cidade, mas infelizmente o objetivo é de apenas promover os feitos da administração que está no poder e não de se divertir.
         Para a camada mais popular da população havia o Marajó, um salão de “discoteca” que reunia muita gente também. E eram esses dois ambientes que esquentavam o carnaval de salão de Ibiúna, além de organizar grandes blocos que desfilavam pela Rua XV de Novembro, no domingo e na terça-feira de carnaval, atraindo centenas de pessoas. Hoje o carnaval pode até ser bom, mas nunca vai ser como antes.
         No futebol, a grande rivalidade ficava por conta dos times do Guarani e do Treze de Maio. Os campos ficavam lado a lado. O do Guarani permanece até hoje. O do Treze de Maio virou comércio. Este último ficava próximo ao atual Terminal Rodoviário. Hoje não há mais rivalidade no futebol ibiunense. Na década de 1990, dois times quase chegaram a reviver essa rivalidade, o do Machado e do Jardim Áurea, mas não fizeram nem sombra. Não havia mais os dois principais nomes que comandavam o futebol de Ibiúna: o senhor José Mendes e o senhor Marrero.
         E as “figurinhas carimbadas”! Quem não se lembra do padeiro “Paraíba” com seu pão quentinho, fazendo entrega na porta das residências. Quem precisasse de um botijão de gás era só chamar o “Chulepe”. E o seu “João-de-Casa”, com sua tolerância zero. Havia também aquele senhor da célebre frase: “cala a boca e fique quieto”, o seu João do Paiol. Há aqueles nomes mais famosos como Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, José Serra, ex-governador de São Paulo e senador, entre tantos outros que escolheram nosso município para construírem suas chácaras e se refugiarem da vida agitada da grande São Paulo.
         Quanto ao progresso deste município, se é que houve, vale destacar que o prefeito Orlando da Silva foi quem teve a iniciativa de implantar a rede de esgoto na cidade, fazendo com que as residências deixassem de utilizar fossas. Isso ocorreu no início da década de 1980. Foi nesse período também que veio para Ibiúna a fábrica de macarrão da Nissin Miojo. Mais tarde com o prefeito Zezito Falci, é que veio o asfalto para as ruas da cidade e a iluminação pública nas ruas centrais. É isso mesmo! Até então, somente havia pavimentação nas duas ruas centrais. Quando chovia, era só carro encalhado dentro da cidade. Mas a zona rural, mesmo sem asfalto nessa época, ainda era bem mais cuidada do que hoje. Não havia esse terminal rodoviário que temos hoje que parece a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, a reforma nunca é concluída. Os ônibus partiam de um mini-terminal que ficava na praça da matriz. Hospital no município, nem pensar. Se houvesse uma emergência, o atendimento era feito somente durante o dia no Centro de Saúde. Já os demais prefeitos prefeitos que administraram o município nada construíram e nem mesmo completaram suas reformas, mas afirmam que contribuíram com o progresso que temos hoje.
         Este é um relato não de um historiador, mas de um simples cidadão ibiunense que ama sua terra e deseja um futuro melhor para todos.

                                                                                                         Por João Pereira Leite











domingo, 25 de março de 2012

Dúvidas da Língua Portuguesa

1.     “Afim” ou “A fim”?


a) “Afim” é um adjetivo e significa semelhante, parecido. Veja o exemplo:

                        Aqueles irmãos têm ideias afins. (parecidas)

b) “A fim” indica finalidade. Faz parte da locução “a fim de”. Veja o exemplo:

                        Naquelas férias, todos estavam a fim de conhecer novas praias.


2.  "Acerca de”, “A cerca de” ou Há cerca de”?


a) “Acerca de” significa a respeito de, sobre. É uma locução prepositiva. Veja o exemplo:

Um grupo de jovens conversava acerca de futebol.

b) “A cerca de” significa aproximação, distância: Veja o exemplo:

            Minha cidade fica a cerca de 70 quilômetros da capital.

c) “Há cerca de” significa tempo decorrido. Veja o exemplo:

            Não vou ao dentista há cerca de seis meses.


3.  “A nível de” ou “Em nível”?


a) “A nível de” é uma expressão popular que deve ser evitada. Não existe esta construção na norma padrão da Língua Portuguesa.

b) “Em nível de” é a única forma aceita na norma padrão da língua portuguesa, mas mesmo assim, deve ser evitada e, se possível substituída. Veja o exemplo:

            A atribuição de aula ocorreu em nível de Diretoria de Ensino. Substituindo ficaria assim: (A atribuição de aula ocorreu na Diretoria de Ensino).

Obs.: Existe também o emprego correto da expressão “ao nível de” quando se quer dizer que duas coisas estão na mesma altura. Veja o exemplo:

            Existem cidades do litoral que estão ao nível do mar. Ou (Existem cidades do litoral na mesma altura do mar).


4.  “A par” ou “Ao par”?


a) “A par” significa estar ciente, informado, prevenido, normalmente é usado com o verbo estar. Veja o exemplo:

            Fabiana não estava a par da semana de prova de seu colégio

b) “Ao par” indica título ou moeda de valor idêntico em relação a câmbio. Veja o exemplo:

                        Hoje, a moeda nacional já parece estar mais ao par do dólar.


5.     “À-toa” ou “À toa”?


a) “À-toa” é adjetivo invariável e significa “fácil”, “desprezível”. Veja o exemplo:

            A atendente da padaria parecia uma profissional “à-toa”, sem qualificação.

b) À toa (sem hífen) é uma locução adverbial e significa “sem rumo”, “sem destino”. Veja o exemplo:

            Seu Américo gostava de andar à toa com seus netos, nos finais de semana.

6.  “Presidenta” ou “Presidente”?


a) “Presidenta” é o feminino de presidente. O uso correto desse termo diz respeito à pessoa do sexo feminino que ocupa esse cargo. Veja o exemplo.

A presidenta Dilma é a primeira mulher a ocupar esse cargo no país.

b) “Presidente” é a designação do cargo. Veja o exemplo:

     O cargo de presidente da República pode ser ocupado por uma mulher.


7.  Bem-vindo”, “Benvindo” ou “Bem vindo”?


Bem-vindo” deve ser empregado em vocábulos quando o termo “bem” vier seguido de vogal ou quando o termo seguinte possuir vida autônoma. Vale lembrar também que é bom ficar atento quanto a sua concordância, como nos exemplos a seguir:

                        O pai sempre pensa no bem-estar de todos os filhos.

                        Seja bem-vindo ao Facebook.

                        Uma boa recompensa sempre será bem-vinda

Os presentes de natal são bem-vindos;

                        As cestas de café da manhã são bem-vindas.

Obs.: O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, registra duas grafias para a forma de sudação: “Bem-vindo” e “Benvindo”. Como o vocabulário tem força de lei, conclui-se que a grafia “Benvindo” também é possível. Já a forma “Bem vindo”, sem hífen, não deve ser empregada.


8.  “Bom-dia” ou “Bom dia”?


Quando se trata de saudações costumeiras do nosso cotidiano, “Bom dia” não deve ter o emprego do hífen. Já quando tal expressão representa um substantivo, geralmente acompanhado de um termo determinante, deve receber o emprego do hífen e flexionar-se dentro do contexto em que é empregado. Veja os exemplos:

                        Bom dia, queridos alunos! (saudação)

                        Sinto saudades dos bons-dias animados da minha infância.


9.  “Costas” ou “Costa”?


a) “Costas” é a parte do corpo humano. Veja o exemplo:

João amanheceu com dor nas costas.

b) “Costa” é a zona litorânea de um país. Veja o exemplo.

Um navio inglês ficou encalhado na costa brasileira. (litoral)


10.   “Em vez de” ou “Ao invés de”?


a) “Em vez de” significa troca, substituição. Veja o exemplo:

                        Em vez de ir ao trabalho, ficou jogando com os amigos.

b) “Ao invés de” indica uma oposição, sentido contrário, inverso. Veja o exemplo:

Ao invés de subir a escada, desceu.


11.     “Há” ou “A”?


a) Usa-se “”, quando se trata de um espaço de tempo que já passou. Veja o exemplo:

                        Aquele jogador já abandonou o futebol dez anos. (Faz dez anos)

b) Usa-se “A” quando se trata de um espaço de tempo que está por vir: Veja o exemplo:

                        A posse no novo prefeito será daqui a vinte dias.


12.     “História”, “história” ou “Estória”?


a) “História” com “H” maiúsculo, refere-se à ciência. Veja o exemplo:

                        Na universidade, o aluno teve aula de História Geral.

b) “história” com “h” minúsculo, refere-se aos demais casos, como narração. Veja o exemplo:              
           
                        As histórias dos contos de fada me encantam.

c) “Estória” com “E”, refere-se também a contos narrativos. Ultimamente esta forma está em desuso.

 Portanto, na dúvida, utilize sempre história com “h” minúsculo que você estará escrevendo corretamente.


13. “Horas” - como escrever a forma abreviada corretamente?


a) Hora redonda, exata deve ser escrita somente com o “h” minúsculo, sem “s”, sem “rs” e sem ponto depois do “h”. Veja os exemplos:

1 hora = 1h

6 horas = 6h

Obs.: As formas 6hs ou 6hrs, como aparecem em muitos cartazes de propagandas estão escritas de forma errada. Esta regra é válida também para abreviaturas como:

            10 metros = 10m (e não 10ms ou 10mts)                

12 litros = 12l (e não 12lts ou 12ls)

b) Hora quebrada, deve ser escrita sem dar espaços entre os números e sem usar ponto depois de “h” e “min”). Veja os exemplos:

14 horas e trinta minutos = 14h30min;

1 hora e 28 minutos = 1h28min, etc.

Obs.: A grafia com dois pontos, como nos exemplos a seguir somente deve ser usada em áreas específicas, como em agendas, competições, em anotações de programação com horários em sequência, etc., e não na escrita padrão.

c) “Horas e o uso da crase” (acento grave). Nesse caso, usa-se a o acento grave (crase) somente quando a preposição “de” vier acompanhada do artigo “a” formando “da”. Veja os exemplos:

De segunda a sexta-feira – “de” – sem o acento grave (crase)

Da segunda à sexta-feira – “da” – com o acento grave (crase)

De 8h a 12h – “de” – sem o acento grave (crase)

Das 8h às 12h - “das” – com o acento grave (crase)


14.   “Imigrante” ou “Emigrante”?


a) “Imigrante” refere-se ao indivíduo que entra em um país, vindo de outro. Veja o exemplo:

                  Os japoneses que vieram para o Brasil são chamados de imigrantes.

b) “Emigrante” refere-se ao indivíduo que sai do país de origem. Veja o exemplo:

                        A família do professor Carlos que morava no Brasil é considerada emigrante, pois foi morar em Portugal.



15.    “Mal” ou “Mau”?


a) Mal” pode ser substantivo ou advérbio.

Como substantivo aparecerá com significado de nocivo, prejudicial, entre outros. Veja o exemplo:

            Desde que nasceu Pedrinho sofre de um grande mal.

Como advérbio estará modificando um verbo ou o próprio advérbio. Pode ter o sentido de irregular, errado. Veja os exemplos:

            Aquele pai mal dava atenção para seus filhos.

            O aluno que não estuda direito, nos dias de prova sempre vai mal.

Obs.: Para não errar na hora do emprego dessa palavra, lembre-se – “mal”, em quase todos os casos é o antônimo de “bem”.

b) “Mau” é um adjetivo e, pode ser também um substantivo. Veja o exemplo:

                        Todo mau exemplo deve ser evitado.

Obs.: Para não errar na hora do emprego dessa palavra, lembre-se – “mau”, é o antônimo de “bom


16.     “Mas” ou “Mais”?


a) “Mas” é uma conjunção adversativa e possui na frase o sentido de oposição. Pode também ser substituído por “porém”, “contudo”, “entretanto”, “no entanto”. Veja o exemplo:

Estudou muito durante o ano, mas não consegui entrar na universidade.

b) “Mais” aparece como advérbio de intensidade ou pronome. Veja o exemplo.

            A China está entre os países mais ricos do mundo.

Obs.: “Mais” geralmente está opondo-se a “menos”.



17.     “Meio-dia e meio” ou “Meio-dia e meia”?

a) “Meio-dia e meio” – Forma incorreta do ponto de vista da norma padrão.

b) “Meio-dia e meia” – forma correta do ponto de vista da norma padrão da Língua Portuguesa. Veja o exemplo:

          Quando o ônibus partiu da rodoviária já era meio-dia e meia. (meio-dia e meia hora).


18.     “Mussarela” ou “Muçarela”?


a)”Mussarela” embora a maioria escreva esta palavra desta forma, ela está errada.

b) “Muçarela” é forma correta. Essa palavra provém do italiano mozzarella. Como há uma convenção ortográfica na Língua Portuguesa que transforma “Z” em “C” ou em “Ç”, como no caso de feliz – felicidade, o duplo “Z” de palavras italianas vira, em português “Ç



19. “Onde” ou “Aonde”?

a) “Onde” indica o lugar em que algo ou alguém está. Pode ser substituído pela expressão “em que lugar”. É utilizado com verbos que indicam estado de permanência. Veja o exemplo:

            Onde você vai ficar hospedado nas próximas férias de julho.

b) “Aonde” indica movimento ou aproximação. Sempre será empregado com verbos que indicam movimento. Veja o exemplo:

            Aonde iremos passar as próximas férias de verão.


20.    “Por que”, “Por quê”, “Porque” ou Porquê”?


a) “Por que” separado e sem acento circunflexo é usado nos seguintes casos:

I. No início de frases interrogativas e quando equivale a “razão”. Veja os exemplos:

Por que você não foi ao encontro marcado?

      II. “Por que” separado e sem acento também deve ser empregado quando, na frase puder ser substituído por “pelo qual”, “pelos quais”, “pela qual”, “pelas quais”. Veja o exemplo:

                        As escolas por que passei me ajudaram a crescer como cidadão. (As escolas pelas quais passei me ajudaram a crescer como cidadão).

b) “Por quê” separado e com acento circunflexo deve ser empregado no final da frase interrogativa quando esta apresentar um ponto final, de interrogação ou de exclamação depois dele. Veja o exemplo:

            Você não foi ao encontro marcado, por quê?


c) “Porque” junto e sem acento circunflexo deve ser empregado quando introduzir uma explicação e uma causa. Veja o exemplo.

            Não foi à escola porque amanheceu com dor de cabeça. (causa)

            Paulo não foi ao encontro marcado porque o seu carro quebrou. (explicação)

d) “Porquê” junto e com acento circunflexo deve ser empregado quando essa palavra for empregada como substantivo e estiver acompanhada por um artigo. Veja o exemplo:

            Não sei o porquê de tanta agressividade.


21.    “Senão” ou “Se não”?


a) “Senão” deve ser empregado em frases que indicam “contrariedade”, “de outro modo”, “mais sim”, “exceto”, “defeito”. Veja os exemplos:

 Estude, senão irás repetir o ano.

Não encontrei nenhum senão naquilo que você realizou.

Todos os jogadores do São Caetano, senão os goleiros, participaram do treino com bola.

b) “Se não” deve ser empregado em frases que indicam “dúvida”, “condição”, “alternância”, “incerteza”. Veja os exemplos:

            Se não tiver certeza que vai viajar no próximo final de semana, me avise. (condição)

           
22.   “Sessão”, “Seção” ou “Cessão”?


a) “Sessão” significa um espaço de tempo de uma reunião, de um espetáculo de cinema, teatro, de uma programação de televisão, etc. Veja os exemplos.

No meu tempo de infância gostava de assistir à sessão da tarde da TV Globo.

Os vereadores discutiram projetos sobre educação na última sessão da Câmara.

Há aqueles que se dizem católicos, mas frequentam sessão espírita.

b) “Seção” significa divisão, ato ou efeito de repartir, parte de uma repartição. Veja o exemplo:

            Gostaria que você fosse até a seção de atendimento ao cliente.

            Nas escolas mais modernas há a seção das salas multifuncionais.

c) “Cessão” é o ato de ceder algo. Veja o exemplo:

            A cessão de seus bens foi bem aceita pela família.

            Para participar dos jogos regionais e poder ser fotografado é preciso fazer a cessão dos direitos de imagens,


23.     “Viajem” ou “Viagem”?


a) “Viajem” (com “j”) é do verbo “viajar”. Portanto toda vez que ocorrer a flexão do verbo viajar na terceira pessoa do plural do modo subjuntivo, deve ser escrito com “j”. Veja o exemplo:

      Queremos que eles viajem em paz.

b) “Viagem” (com “g”) é substantivo. Esse vocábulo vem sempre acompanha de um artigo ou de um pronome. Veja o exemplo:

            A família do professor João fez uma viagem ao Rio de Janeiro.

            Nossa viagem a Florianópolis foi muito demorada.

terça-feira, 6 de março de 2012

Vote em mim que eu te conto!

João Pereira Leite

            Você sabe o que faz um deputado federal? Não? Então, “vote em mim que eu te conto”! Esse foi um dos jargões de campanha do deputado federal mais votado do país em 2010, o Tiririca. E para completar, numa cena de uma das novelas da TV Globo, na época, a personagem Natalie Lamour de "Insensato Coração", no último capítulo da novela ao ser perguntada por seu irmão sobre o que faz um deputado, mostrou que aprendeu muito bem com o Tiririca – “Vote em mim que eu te conto”! – essa foi a sua resposta.
            Da mesma forma que o deputado Tiririca, até então totalmente alheio à política partidária, foi eleito pelo PR (Partido Republicano), por ser famoso, e ter na ponta língua o seu “Vote no Tiririca, pior do que tá não fica!”, a personagem da novela, Natalie Lamour também foi eleita pelo PMP (Partido da Moralidade Pública), com o slogan “pra descascar o abacaxi, vote em Natalie”!
            A grande pergunta é: Por que candidatos com esse perfil estão em alta? Por que o povo prefere votar nesses candidatos e não em outros que já possuem uma carreira vitoriosa na política como acontecia há alguns anos?
            A resposta é simples: o povo já está cansado de tanta enganação e porque não dizer - de tanta corrupção. Então, em vez de votar em políticos que só enriquecem a custa de manobras em obras superfaturadas, compras sem licitações, dinheiro na cueca e contrato de shows com empresas terceirizadas, prefere votar em figuras populares como forma de protesto. E não há perspectiva de mudança, pois quando o assunto é eleição municipal, pelo menos até o presente momento, os nomes dos pré-candidatos a prefeito continuam sendo os mesmos de sempre.
          Há comentários de que existem pesquisas que apontam um determinado pré-candidato na preferência dos eleitores com boa vantagem sobre os demais. Só que esses números são insignificantes, pois se somadas todas as intenções de voto dos entrevistados, não chega a 30% dos eleitores. E o que isso quer dizer? No momento nada, mas mostra que 70% dos eleitores entrevistados ainda estão indecisos e preferem aguardar o surgimento de novos nomes para depois opinar. Isso já aconteceu em eleições anteriores, quando os comentários a respeito de pesquisas apontavam os dois principais candidatos derrotados naquelas eleições como favoritos. E o resultado, todos já conhecem! Ganhou o candidato que ninguém apontava como favorito, ou melhor, que os 70% de indecisos não conheciam ou nem tinham ouvido falar a seu respeito.
            Enfim, se nas próximas eleições não aparecer nenhum “Tiririca” ou nenhuma “Natalie Lamour”, serão esses indecisos que elegerão o próximo prefeito municipal, que provavelmente neste momento, nem seja conhecido da grande maioria da população, ou até mesmo, nunca tenha sido eleito para um mandato eletivo. E se no início da campanha oficial, alguém perguntar a ele o que faz um prefeito, com certeza responderá: “Vote em mim que eu te conto”!

         Observação: Artigo publicado no jornal A Vanguarda de Ibiúna em 02/09/2011.

Quatro anos é muito tempo

                                                             Quatro anos é muito tempo                                                                   

            Todo ano eleitoral é a mesma coisa. No primeiro semestre os candidatos a prefeito costuram suas alianças para quando chegar às convenções dar tudo certo. Apesar de muitas negociações, sempre existem aquelas surpresas de última hora.
            Quando o candidato vai disputar uma eleição ao cargo majoritário pela primeira vez, “sem ser político”, dificilmente consegue fazer grandes alianças. Já os políticos tradicionais brigam para agregar o maior número possível de partidos a seu grupo de apoio, pois assim lançam mais candidatos a vereador e garantem uma base maior de apoio nas carreatas e comícios, deixando transparecer que sua campanha está mais forte do que a de seus concorrentes.
            Há Políticos que conseguem trazer partidos nanicos da capital, criam uma comissão provisória e garantem o direito de disputar cargos de vereador somente no interesse, de no final de uma campanha vitoriosa, garantir uma ou mais secretarias, pois os maiores interessados, que são os candidatos a prefeito, embora garantam que não fazem acordos antes das eleições, jamais deixarão na mão aqueles que trouxeram seu grupo para lhes dar apoio durante a campanha.
            Nas próximas eleições, tudo indica que haverá mais de 300 candidatos a vereador no município disputando 15 cadeiras na Câmara Municipal. Serão mais de 20 candidatos por vaga. Se dividirmos o número de votos válidos por candidato, a média de votos deverá ficar em torno de 150. Só que eleição não é uma operação Matemática. Poderá ocorrer de algum candidato receber cinco vezes ou mais que essa votação e não ser eleito.
            O que poucas pessoas sabem é que um partido ou federação poderá lançar apenas 16 candidatos, sendo 11 pessoas do sexo masculino e 5, do feminino e, precisará fazer um coeficiente eleitoral que deve ficar em torno de 2800 a 3000 votos para eleger um vereador. É isso mesmo. Pode acontecer de um vereador ser o mais votado nas próximas eleições e não ser eleito. Isso ocorre porque muitos de seus companheiros de partido têm pouquíssimos votos. Já houve eleição em que o candidato teve apenas seu próprio voto. Com isso prejudicou os demais do seu grupo.
            Portanto, se o eleitor votar apenas para agradar a este ou aquele candidato, estará perdendo o seu tempo e o seu voto. É preciso analisar as propostas e votar certo para não se arrepender depois, já que somente 15 vereadores serão eleitos. Os outros 300 ou mais se tornarão anônimos ou começarão nova campanha para as eleições futuras.
            A sorte será lançada. Os eleitores é quem escolherão o próximo prefeito e quais vereadores serão seus representantes no legislativo municipal. Não é hora de ficar de braços cruzados e, simplesmente agradar a um parente ou a um amigo, dividindo seus votos. Chegou a hora de começar a pensar naquele que tem propostas realizáveis e não apenas promessas mirabolantes. Preste muita atenção: carros de som, bandeiras e faixas não votam. Não podemos continuar elegendo políticos profissionais que só pensam em si e ficam quatro anos ganhando sem fazer nada. Chega de políticos assistencialistas. Enquanto não acabar essa política de favores pessoais, sem uma visão de futuro, muitos profissionais qualificados ou não, continuarão saindo todas as manhãs para outros municípios vizinhos em busca de seu pão de cada dia. Se alguém duvidar, basta ir até os vários pontos de ônibus para presenciar essa dura realidade da falta de emprego deste município. Se tudo continuar como está, imagine o que será dos nossos filhos num futuro bem próximo. Já passou da hora. É preciso uma Mudança de verdade. É dever de todos colocar Ibiúna em boas mãos. Quatro anos é muito tempo! Pense Nisso.

Observação: Artigo publicado no jornal A Vanguarda de Ibiúna em 05/09/2008 e atualizado em outubro de 2023.
                                                                                                                         Professor João Pereira Leite

Exoneração do Professor João

Professor João Pereira Leite é exonerado da secretaria municipal de educação e presta contas


            Caro leitor, desde que assumi a Secretaria Municipal de Educação em 23 de junho de 2009, sempre afirmei que embora não precisasse do cargo, pois sou diretor de escola concursado no município de São Roque e professor efetivo na Rede Estadual de Ensino, iria trabalhar com ética e transparência para moralizar os cargos na educação, implantar uma Política Educacional e elevar a qualidade da educação de Ibiúna, garantindo um futuro melhor para todas as crianças, que são o futuro deste município e do país.
            Gostaria de afirmar que durante os primeiros seis meses em que tratava assuntos da educação diretamente com o prefeito municipal, tive total autonomia e, apesar de muitas dificuldades, a Educação municipal caminhou a passos largos, isso porque não se misturou a atual política da educação com a política de troca de favores. Nesse período foi elaborado e enviado à Câmara Municipal para aprovação uma Lei Complementar criando Cargos que possibilitou a Reestruturação da Secretaria Municipal de Educação, prevendo, conforme um TAC do Ministério Público, concurso público para Diretor de Escola e apresentação de Projetos para Vice-Diretores e Professores Coordenadores, acabando assim com os “cabides de empregos”, pois esses cargos somente poderão ser ocupados, a partir dessa lei por professores concursados. As 75 escolas foram nucleadas, em 23 núcleos, passando a ter Diretores, Vices e Professores Coordenadores em todos os núcleos, além dos cargos da Secretaria Municipal de Educação com Diretores de Divisão de cada nível de ensino (Creche, Infantil, Fundamental, Especial e Projetos Educacionais), isso sem falar de um Projeto de Lei para enquadramento de salários das ADIs encaminhado por mim que foi retirado da Câmara Municipal antes de ser votado.
           Após essa reestruturação, nasceu a Primeira Política Educacional na Rede Municipal de Ensino de Ibiúna. Os próprios professores em exercício, orientados pelos seus gestores (diretores, vices e professores coordenadores) elaboraram um Currículo único contemplando competências e habilidades para que os alunos das escolas rurais pudessem ter o mesmo conteúdo das escolas centrais. Foi também pensando numa educação de qualidade que foi firmada a parceria com a Secretaria de Estado da Educação, com custo zero para o município, implantando as apostilas do Ler e Escrever para todos os professores e alunos, principalmente nas séries iniciais, onde a criança necessita de uma alfabetização efetiva, para não chegar às séries finais, como acontecia, mal sabendo ler e escrever. Das 40 classes multisseriadas, restaram apenas 23, e todas elas com material didático específico e Kits Educacionais, do Programa Escola Ativa do Governo Federal. Todos os professores são capacitados com 40 horas, por módulo em seu horário de trabalho.
            Até o final deste mês de junho, o município irá receber aproximadamente 500 computadores do Programa Pro-Info do Governo Federal, 09 salas multifuncionais para atender aos alunos portadores de deficiência (salas de AEE) além do repasse de um milhão e duzentos mil reais para a construção de uma escola de Educação Infantil, do programa Pró-Infância. No período de cinco anos serão 12 milhões para a construção de 05 escolas na zona urbana e 05 na zona rural. Basta à prefeitura, disponibilizar o terreno.
            Quanto à parte funcional da Educação, foram regulamentadas por decretos e resoluções várias pendências antigas como o Ensino Fundamental de nove anos, os ciclos com retenção no 3º e no 5º ano. Os conceitos deixaram de existir, sendo substituídos por notas de zero a dez e o Plano de Carreira se encontra na fase final, entre tantas outras.
Finalizando, gostaria de agradecer a todos que acreditaram em um trabalho sério. Muito obrigado aos educadores, funcionários e ao povo em geral. Saio de cabeça erguida e ciente do dever cumprido, até a presente data. Só não fiz mais porque a atual equipe que comanda na prefeitura não permitiu. Misturaram política com trabalho sério e profissional.
Fui comunicado da dispensa em 10/06/2010 por dois secretários de confiança do prefeito que alegaram questões políticas, pois um grupo de vereadores havia pedido a cabeça e consequentemente, minha saída. Espero que os verdadeiros heróis que são os educadores da rede municipal e aqueles que estão na parceria estado/município não deixem morrer este sonho de ter uma educação de qualidade para as nossas crianças, e que todos os profissionais da educação sejam valorizados com um novo Plano de Carreira que contemple os interesses da categoria e que os repasses do FUNDEB, sejam realizados com transparência, no final de cada semestre conforme definido em reunião que participei, no início do mês de maio do corrente ano, no fechamento do primeiro trimestre, quando havia sido gasto apenas 50% dos 60% que são obrigatórios para a folha de pagamento.

Abraços a todos,

                                                                                                             Professor João Pereira Leite
Observação: Artigo publicado nos jornais A Vanguarda de Ibiúna e Voz de Ibiúna em 25/06/2010.

Entrevista ao jornal Voz de Ibiúna

Entrevista ao jornal Voz de Ibiúna concedida pelo 
Professor João Pereira Leite em julho de 2009.


O professor João Pereira Leite é o novo Secretário Municipal de Educação da Estância Turística de Ibiúna. Ele, que tem grande experiência em gestão educacional na cidade de São Roque, foi nomeado pelo prefeito Coiti Muramatsu no dia 23/06/2009 para assumir a função que era de Ana Maria Bonjorno, eleita pelos professores, que foi exonerada pelo chefe do executivo. O VOZ entrevistou o professor João que contou seus principais objetivos e desafios a frente da função. Confira a entrevista:

Voz: O senhor se surpreendeu ao ser convidado para assumir a Secretaria de Educação? Como o senhor encara esse desafio? O que vai acrescentar na sua vida profissional?

Professor João: Sim, fiquei muito surpreso, pois há em nosso município outras pessoas capacitadas e preparadas que também poderiam assumir esta Secretaria e eu não esperava o convite. Encaro esse desafio como mais uma missão que Deus coloca em minha vida, pois sou ibiunense e quero colaborar para a melhoria da educação de nossos alunos. Além da experiência de estar à frente de uma Secretaria Municipal de Educação, espero um dia retornar aos meus antigos postos de trabalho e dizer: “Missão cumprida”.

Voz: Como professor da Rede Estadual de Ensino e Diretor de escola da Rede Municipal de Ensino de São Roque, o senhor possui muita experiência na área educacional. Em sua opinião, o que deve ser priorizado no início de sua gestão?

Professor João: Neste início de trabalho é preciso criar ma Estrutura Organizacional da Equipe Técnica da Secretaria Municipal de Educação, uma vez que o quadro de assessoria está defasado, havendo pessoas em desvio de função e falta de gestores para as várias modalidades e níveis de ensino, criar um Módulo de Pessoal atualizado para as Unidades Escolares, regularizar a situação dos professores que estão no convênio Estado-Município, e atuam na função de Suporte Pedagógico, regularizar a função de Coordenadores Pedagógicos que estão atuando sem a criação destes postos de trabalho e dos professores que estão atuando em classe como eventuais, sem ter participado do processo seletivo. Com isso resolvido, deve-se partir para a valorização e reconhecimento dos Profissionais da Educação e a melhoria da qualidade de ensino.

Voz: Na gestão anterior, foram iniciados alguns cursos de capacitação para professores e coordenadores. O senhor pretende dar continuidade aos mesmos?

Professor João: Pretendo sim. Por isso estamos concluindo o PAR (Plano de Ações Articuladas), do governo federal, que conta com 53 ações e mais 300 sub-ações previstas em quatro áreas, sendo elas Gestão Educacional, Formação de Professores e de Profissionais de Serviço e Apoio Escolar, Práticas Pedagógicas e Avaliação, e Infra-Estrutura Física e Recursos Pedagógicos, para garantir novas parcerias com o MEC e também mais recursos para esses cursos de capacitação.

Voz: Um dos maiores problemas das crianças que chegam à quinta série do Ensino Fundamental no ciclo II é a falta de domínio da base alfabética, sendo que muitos alunos sequer escrevem o próprio nome. O senhor tem um Projeto Político Pedagógico para solucionar esse problema?

Professor João: Depois de percorrido um semestre letivo, e sem conhecer profundamente as reais necessidades, seria utópico falar que teria uma solução para esse problema, logo de imediato. Pretendo dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo realizado, para logo em seguida, definir um conteúdo mínimo básico para toda a Rede Municipal e buscar parcerias como fez o município de São Roque com o Instituto Ayrton Senna e implantar o Ler e Escrever, Projeto sem custo da Rede Estadual de Ensino.

Voz: Na sua gestão será realizado concurso público para a contratação de professores e diretores?

Professor João: Como já afirmei anteriormente, a prioridade é regularizar a situação de quem já está atuando na rede, mas a meta é que o concurso público municipal ocorra até o final deste ano para que no início do ano letivo de 2010, possamos estar com o quadro completo com Diretores de Escola e professores efetivos municipais.

Voz: Conhecendo bem a realidade da municipalização do ensino, qual é o seu ponto de vista sobre esse assunto?

Professor João: Acredito que a municipalização do ensino, administrada com transparência e com uma equipe técnica-pedagógica bem preparada e com vontade de trabalhar, favorece o aprendizado dos alunos e garante uma melhora na qualidade do ensino.

Voz: Segundo a Resolução SE – 8, de 19/06/2009 dispõe sobre a admissão de docentes com qualificação na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, nas escolas da rede estadual de ensino. Qual é o seu Projeto para a Educação Especial no nosso município?

Professor João: Parodiando o saudoso Coronel Darcy Pereira Leite, eu diria: “É preciso fazer cumprir a Lei”.

Voz: O senhor gostaria de acrescentar algo?

 Professor João: Finalizando, gostaria de afirmar que darei continuidade a todo trabalho iniciado pela ex-secretária Ana Maria Bonjorno que me sucedeu no cargo, e também agradecer a toda sua equipe que me recebeu muito bem e me deu todo apoio e sustentação nos meus primeiros dias como Secretário.

Observação.: Entrevista concedida ao jornal Voz de Ibiúna em 02/07/2009.

Ensino fundamental de nove anos

ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS


            O que já é feito em vários países do mundo e em alguns municípios brasileiros, como São Roque, há quatro anos, agora é realidade no município de Ibiúna. Antes tarde do que nunca. Afinal a obrigatoriedade é a partir de 2010.
            A Lei n.º 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, instituiu o Ensino Fundamental obrigatório de nove anos de duração com a inclusão das crianças de seis anos de idade. Essa mudança no Ensino Fundamental faz parte dos esforços que o Ministério da Educação vem fazendo para a crescente universalização da Educação no Brasil. Pelo histórico da Educação nacional podemos perceber que tudo começou a mudar muito tarde, pois somente em 1961, com a Lei n.º 4.024/1961 é que estabeleceu quatro anos de escolaridade obrigatória. Já com a Lei n.º 5.692/1971 é que determinou a extensão da obrigatoriedade para oito anos, ampliando em dois anos, já que antes disso havia apenas um acordo de 1970, chamado de Acordo de Punta Del Este e Santiago, que estendia o Ensino Fundamental obrigatório para seis anos.
            Vale lembrar ainda que o Ensino Fundamental obrigatório de nove anos tornou-se meta com a Lei n.º 10.172/2001 que implantou o Plano Nacional de Educação determinado o ano de 2010, como prazo final para a adesão de todos os municípios brasileiros, tendo como principal objetivo assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem. Como se vê, Ibiúna não está tão atrasada assim, pelo contrário, está um ano na frente da obrigatoriedade nacional.
            Diante desta nova fase da Educação brasileira e porque não, ibiunense, cabe à nova administração com a atual equipe da Secretaria Municipal de Educação enfrentar um período de transição entre as duas estruturas, com crianças entrando com seis e outras com sete anos no Ensino Fundamental. Nesse caso faz-se necessário uma proposta curricular que assegure as aprendizagens necessárias ao prosseguimento, com sucesso, nos estudos tanto às crianças de seis anos quanto às de sete anos de idade.
            A grande pergunta dos educadores locais diz respeito a quem irá ministrar aulas para esses alunos da série inicial. A resposta é clara. Como faz parte do Ensino Fundamental, obrigatoriamente serão ministradas por educadores que fizeram concurso público para tal, pois os profissionais da Educação Infantil deverão continuar com as salas de Educação Infantil, como rege o último Plano de Carreira.
            Além do currículo com uma proposta pedagógica coerente definindo um conteúdo mínimo para toda a Rede Municipal e do critério para atribuição dessas séries iniciais aos profissionais concursados no Ensino Fundamental, outra grande dúvida é com relação às escolas de difícil acesso como as do Bairro Rio Bonito, Bairro Campestre, entre outras que por si só já apresentam suas dificuldades diárias. Seria melhor a nova Secretária Municipal de Educação conhecer esses locais para depois tomar uma decisão mais correta.
            Todos juntos, educadores e pais preocupados com a educação em nosso município temos o dever de fiscalizar e cobrar do poder público uma ação voltada para uma possibilidade de qualificação do ensino e da aprendizagem da alfabetização e do letramento nas séries inicias e um ensino de qualidade para todos, pois a criança terá mais tempo para se apropriar desses conteúdos. Não podemos mais continuar com a promoção automática que apenas mostra estatisticamente a quantidade de alunos promovidos e não a qualidade da educação recebida em nossas escolas municipais.
            A todos da educação municipal de Ibiúna um bom trabalho neste ano de 2009. Que realmente aconteça o que a nova Secretária Municipal de Educação de Educação afirmou em um jornal local: “Planejamento e ação serão as marcas desta Secretaria de Educação”.

                                                                                                                                     Professor João Leite

                                                            Observação.: Artigo publicado no Jornal do Povo em 17/01/2009.