domingo, 26 de novembro de 2017

OS DESAFIOS E A IMPORTÂNCIA DA EJA

            Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2007, uma população de cerca de 10,9 milhões de pessoas com 15 anos ou mais havia frequentado algum curso de EJA.
            Dados de FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – relativos ao Censo Escolar de 2011 revelaram que aproximadamente 3,4 milhões de pessoas frequentavam a EJA.
            Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios (Pnad/IBGE 2009), no Brasil, há uma população de 57,7 milhões de pessoas com mais de 18 anos que não frequentam a escola e não completaram os estudos do Ensino Fundamental.
            Um dos grandes desafios da EJA tem sido o de manter o aluno na escola, pois os dados do IBGE também revelam que, de cerca de 8 milhões de pessoas que passaram pela EJA antes de 2007, 42,7% não concluíram o curso, sendo que o principal motivo apontado para o abandono foi a incompatibilidade de horário das aulas com o do trabalho ou com o de procurar trabalho (27,9%), seguido pela falta de interesse em fazer o curso (15,6%).
            Às vezes, a falta de um corpo docente habilitado para um desempenho adequado a essa modalidade de ensino é outro grande problema enfrentado pela EJA. As especificidades dessa modalidade de ensino não são tratadas nos cursos de qualificação de professores, de modo que o professorado dispõe de reduzidas oportunidades de aperfeiçoamento e atualização nos fundamentos teóricos-metodológicos da EJA. Além disso, existe um elevado contingente de docentes sem formação específica, professores leigos, que atuam tanto nas redes públicas de ensino, como em estruturas em que acontece a Educação de Jovens e adultos – EJA.
            Esses desafios precisam ser encarados por todos os envolvidos com a educação, pois conforme destacou a Declaração de Hamburgo aprovada na V Conferência Internacional sobre Educação de Jovens e adultos (CONFINTEA V), no item 4:
                                    É de fundamental importância a contribuição da educação de adultos e da                                                                           educação continuada para a criação de uma sociedade tolerante e instruída,                                                                         para o desenvolvimento socioeconômico, para a    erradicação do analfabetismo,                                                                para a diminuição da  pobreza e para a  preservação do   meio ambiente.
            Assim, a Educação de Jovens e Adultos desempenha um papel essencial e específico, à medida que possibilita às mulheres e aos homens, jovens e adultos, adaptarem-se de modo eficaz a um mundo em constante mutação, oferecendo um ensino que leva em conta seus direitos e suas responsabilidades, bem como os direitos e as responsabilidades da comunidade.

Fonte: Guia de orientações didáticas – Coleção: Caminhar e Transformar – Língua Portuguesa – pp. 6 e 7. – Ed. FTD – Priscila Ramos de Azevedo Ferreira.