OS
DESAFIOS E A IMPORTÂNCIA DA EJA
Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2007, uma
população de cerca de 10,9 milhões de pessoas com 15 anos ou mais havia
frequentado algum curso de EJA.
Dados
de FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação – relativos ao Censo Escolar de 2011
revelaram que aproximadamente 3,4 milhões de pessoas frequentavam a EJA.
Conforme
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios (Pnad/IBGE 2009), no
Brasil, há uma população de 57,7 milhões de pessoas com mais de 18 anos que não
frequentam a escola e não completaram os estudos do Ensino Fundamental.
Um
dos grandes desafios da EJA tem sido o de manter o aluno na escola, pois os
dados do IBGE também revelam que, de cerca de 8 milhões de pessoas que passaram
pela EJA antes de 2007, 42,7% não concluíram o curso, sendo que o principal
motivo apontado para o abandono foi a incompatibilidade de horário das aulas
com o do trabalho ou com o de procurar trabalho (27,9%), seguido pela falta de
interesse em fazer o curso (15,6%).
Às
vezes, a falta de um corpo docente habilitado para um desempenho adequado a
essa modalidade de ensino é outro grande problema enfrentado pela EJA. As especificidades
dessa modalidade de ensino não são tratadas nos cursos de qualificação de
professores, de modo que o professorado dispõe de reduzidas oportunidades de
aperfeiçoamento e atualização nos fundamentos teóricos-metodológicos da EJA.
Além disso, existe um elevado contingente de docentes sem formação específica,
professores leigos, que atuam tanto nas redes públicas de ensino, como em
estruturas em que acontece a Educação de Jovens e adultos – EJA.
Esses
desafios precisam ser encarados por todos os envolvidos com a educação, pois
conforme destacou a Declaração de Hamburgo aprovada na V Conferência
Internacional sobre Educação de Jovens e adultos (CONFINTEA V), no item 4:
É de fundamental importância a
contribuição da educação de adultos
e da educação continuada para a criação de uma sociedade tolerante e instruída, para o desenvolvimento socioeconômico, para
a erradicação do analfabetismo, para a diminuição da pobreza e
para a preservação do meio ambiente.
Assim,
a Educação de Jovens e Adultos desempenha um papel essencial e específico, à
medida que possibilita às mulheres e aos homens, jovens e adultos, adaptarem-se
de modo eficaz a um mundo em constante mutação, oferecendo um ensino que leva
em conta seus direitos e suas responsabilidades, bem como os direitos e as
responsabilidades da comunidade.
Fonte: Guia de orientações didáticas –
Coleção: Caminhar e Transformar – Língua Portuguesa – pp. 6 e 7. – Ed. FTD –
Priscila Ramos de Azevedo Ferreira.