quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A sala de aula é o coração da escola

            Nos dias atuais muito se discute a respeito da educação no Brasil, no estado de São Paulo e em nosso município. O termômetro da situação das escolas são as avaliações externas como a Prova Brasil e o SARESP, entre tantas outras. Todas elas verificam as competências e as habilidades que são trabalhadas com os alunos.
            As críticas são sempre em cima do professor. Muitos afirmam que eles não têm formação e que a culpa dos alunos não aprenderem são deles. Essas pessoas se esquecem da dura realidade que interfere diretamente na aprendizagem. Uma delas é a família.
            Hoje, tanto o pai quanto a mãe não consegue acompanhar a educação de seus filhos como deveria, pois a maioria trabalha o dia todo e, muitas mães, têm jornada dupla, tendo que trabalhar fora e cuidar da casa.
            Diante dessa realidade, os professores desempenham outras funções além daquela de ensinar os conteúdos e desenvolver as competências e habilidades de cada disciplina. Em certos momentos eles se tornam pais, psicólogos e orientadores. Mesmo com classes superlotadas, e muitas vezes sem material necessário, se desdobram para cumprir a dura função de ensinar, dar carinho e a orientação que falta em casa.
            A outra seria o tratamento dado pelos nossos governantes. Até que ponto eles estão cumprindo o seu verdadeiro papel que é o de garantir a educação gratuita e de qualidade para todos, oferecer formação continuada e salário digno aos educadores, além de enviar material didático e pedagógico para as escolas? E só isso não basta. É preciso dar condições mínimas de funcionamento, principalmente na parte física das escolas e não apenas pinturas externas para inaugurações em ano eleitoral.
            São Paulo, por exemplo, o estado mais rico da nação, não deu nenhum aumento de salário aos professores nos últimos dois anos. Cortou os repasses de verbas das escolas estaduais e recolheu todas as impressoras terceirizadas que estavam à disposição dos educadores e do setor administrativo. Quer dizer, além de ficar sem aumento de salário, o professor ainda tem que pagar do seu próprio bolso até as cópias de provas que aplica em sua sala de aula.
            Já em relação ao município de Ibiúna, todos têm acompanhado de perto o descaso que vem sendo praticado em relação à educação municipal. Problemas com transporte escolar, período sem aula e também sem férias para professores contratados e para alunos. E muito mais.
            Neste momento em que se vive o clima de eleição, faz-se necessário que o eleitor pesquise no SITE do MEC os resultados preliminares da Prova Brasil de 2015, do seu município. Também se faz necessário pesquisar dados sobre os atuais candidatos para descobrir o que estes já fizeram ou pretendem fazer para melhorar a Educação do município.
            Concluindo, diria que para enfrentar os desafios do século XXI é preciso valorizar os gestores que carregam as escolas nas costas e o professor que está na sala de aula onde é o coração da escola. É ali que se forma o cidadão que amanhã será capaz de transformar a sua cidade, o seu estado e o seu país.

Prof. João Pereira Leite
Data: 04/08/2016.