terça-feira, 6 de março de 2012

Quatro anos é muito tempo

                                                             Quatro anos é muito tempo                                                                   

            Todo ano eleitoral é a mesma coisa. No primeiro semestre os candidatos a prefeito costuram suas alianças para quando chegar às convenções dar tudo certo. Apesar de muitas negociações, sempre existem aquelas surpresas de última hora.
            Quando o candidato vai disputar uma eleição ao cargo majoritário pela primeira vez, “sem ser político”, dificilmente consegue fazer grandes alianças. Já os políticos tradicionais brigam para agregar o maior número possível de partidos a seu grupo de apoio, pois assim lançam mais candidatos a vereador e garantem uma base maior de apoio nas carreatas e comícios, deixando transparecer que sua campanha está mais forte do que a de seus concorrentes.
            Há Políticos que conseguem trazer partidos nanicos da capital, criam uma comissão provisória e garantem o direito de disputar cargos de vereador somente no interesse, de no final de uma campanha vitoriosa, garantir uma ou mais secretarias, pois os maiores interessados, que são os candidatos a prefeito, embora garantam que não fazem acordos antes das eleições, jamais deixarão na mão aqueles que trouxeram seu grupo para lhes dar apoio durante a campanha.
            Nas próximas eleições, tudo indica que haverá mais de 300 candidatos a vereador no município disputando 15 cadeiras na Câmara Municipal. Serão mais de 20 candidatos por vaga. Se dividirmos o número de votos válidos por candidato, a média de votos deverá ficar em torno de 150. Só que eleição não é uma operação Matemática. Poderá ocorrer de algum candidato receber cinco vezes ou mais que essa votação e não ser eleito.
            O que poucas pessoas sabem é que um partido ou federação poderá lançar apenas 16 candidatos, sendo 11 pessoas do sexo masculino e 5, do feminino e, precisará fazer um coeficiente eleitoral que deve ficar em torno de 2800 a 3000 votos para eleger um vereador. É isso mesmo. Pode acontecer de um vereador ser o mais votado nas próximas eleições e não ser eleito. Isso ocorre porque muitos de seus companheiros de partido têm pouquíssimos votos. Já houve eleição em que o candidato teve apenas seu próprio voto. Com isso prejudicou os demais do seu grupo.
            Portanto, se o eleitor votar apenas para agradar a este ou aquele candidato, estará perdendo o seu tempo e o seu voto. É preciso analisar as propostas e votar certo para não se arrepender depois, já que somente 15 vereadores serão eleitos. Os outros 300 ou mais se tornarão anônimos ou começarão nova campanha para as eleições futuras.
            A sorte será lançada. Os eleitores é quem escolherão o próximo prefeito e quais vereadores serão seus representantes no legislativo municipal. Não é hora de ficar de braços cruzados e, simplesmente agradar a um parente ou a um amigo, dividindo seus votos. Chegou a hora de começar a pensar naquele que tem propostas realizáveis e não apenas promessas mirabolantes. Preste muita atenção: carros de som, bandeiras e faixas não votam. Não podemos continuar elegendo políticos profissionais que só pensam em si e ficam quatro anos ganhando sem fazer nada. Chega de políticos assistencialistas. Enquanto não acabar essa política de favores pessoais, sem uma visão de futuro, muitos profissionais qualificados ou não, continuarão saindo todas as manhãs para outros municípios vizinhos em busca de seu pão de cada dia. Se alguém duvidar, basta ir até os vários pontos de ônibus para presenciar essa dura realidade da falta de emprego deste município. Se tudo continuar como está, imagine o que será dos nossos filhos num futuro bem próximo. Já passou da hora. É preciso uma Mudança de verdade. É dever de todos colocar Ibiúna em boas mãos. Quatro anos é muito tempo! Pense Nisso.

Observação: Artigo publicado no jornal A Vanguarda de Ibiúna em 05/09/2008 e atualizado em outubro de 2023.
                                                                                                                         Professor João Pereira Leite

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